30 de jul. de 2016

DARK FUNERAL - Where Shadows Forever Reign (álbum)



2016
Nacional

Nota: 9,5/10,0


Músicas:

1. Unchain My Soul
2. As One We Shall Conquer
3. Beast Above Man
4. As I Ascend
5. Temple of Ahriman
6. The Eternal Eclipse
7. To Carve Another Wound
8. Nail Them to the Cross
9. Where Shadows Forever Reign


Banda:

Heljarmadr - Vocais
Lord Ahriman - Guitarras, baixo
Chaq Mol - Guitarras
Dominator - Bateria

Contatos:

Heljarmadr (Página Oficial no Facebook)
Lord Ahriman (Página Oficial no Facebook)
Chaq Mol (Página Oficial no Facebook)
Dominator (Página Oficial no Facebook)



Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Muitas bandas dentro das vertentes do Metal, quando atingem certo tempo de carreira, começam a esboçar cansaço, e a música vai mudando. Mas existem aqueles que são capazes de se manterem produtivos, lançando discos ótimos, mesmo lutando contra as adversidades vindas da longevidade.

E nisso, podemos afirmar que o DARK FUNERAL, um dos nomes mais fortes do Black Metal sueco e mundial, é um autêntico guerreiro, já que luta contra adversidades enormes, mas sempre se mantém ativo e relevante. E agora, sete anos após seu último disco de estúdio ("Angelus Exuro pro Eternus", de 2009), o grupo retorna com seu novo e aguardado disco, "Where Shadows Forever Reign", lançado no Brasil pela Valhall Music.

Então, vem a pergunta: o que o quarteto pode nos oferecer com esse novo trabalho?

Em tese, a banda nada trouxe de novo, é apenas o bom e velho Black Metal de sempre. A diferença é: como houve mudanças bem sensíveis na formação, sendo a mais clara a saída do icônico vocalista Emperor Magus Caligula, o DARK FUNERAL precisa mostrar serviço, logo, sem perder os avanços dos últimos discos, a banda recobrou muito da sonoridade de seu clássico maior, "The Secrets of the Black Arts".

Sim, o grupo trouxe de volta muito do que se ouve no seu primeiro álbum, como aquela aura mais soturna, aquela atmosfera densa e mórbida que existia, e que há algum tempo andava ausente de seus discos. E ao lado de músicas rápidas, o grupo consegue também trazer andamentos ou não tão velozes assim, e outros mais cadenciados. 

Em termos de instrumento, o trabalho de Lord Ahriman e Chaq Mol está muito bom, com riffs sinistros e com aquele feeling gélido e vibrante de antes. Dominator na bateria está muito bem, sabendo ser preciso e sabe usar bastante os bumbos, permitindo que a base rítmica da banda seja firme e diversificada (base esta completada pelo próprio Lord Ahriman, que tocou baixo em estúdio). E nos vocais, o trabalho de Heljarmadr é ótimo, tendo uma voz rasgada diferente de seus antecessores, mas usando uma diversidade de timbres muito boa.

A produção do disco é do próprio Lord Ahriman em parceria com Daniel Bergstrand, que dividiu a mixagem com George Nerantzis (e este fez a masterização). A gravação soa ríspida e bruta, mais uma vez rebuscando as raízes sonoras do grupo, mas soa limpa e com ótima qualidade. Basta observarem como todos os instrumentos estão com seus melhores timbres em tempos.

Já o trabalho gráfico é de Necrolord para a capa (que é o mesmo que fez a capa de "The Secrets of the Black Arts"), mais layout de Lord Ahriman e Carsten Drescher. Não é à toa que graficamente, tudo remete mesmo aos primeiros discos do grupo.

O DARK FUNERAL faz em "Where Shadows Forever Reign" uma declaração ao mundo: que estão de volta, dispostos a reconquistar seu devido espaço, e se puderem, irem ainda mais longe do que já foram antes. E digamos de passagem: eles estão com tudo para isso, pois as músicas apresentam o dinamismo e qualidade de sempre, apenas resgatando o passado de sua musicalidade. E assim, se fortalecem para o futuro.

"Unchain My Soul" - Uma das faixas de vídeo de divulgação, que começa com riffs soturnos e vocais quase sussurrados. Mas logo a canção explode em uma agressividade ríspida e gélida, e a velocidade costumeira da banda, com riffs de primeira e arranjos sublimes nas seis cordas.

"As One We Shall Conquer" - Aqui, já se percebe um andamento não tão veloz (embora a bateria imponha um ritmo mais acelerado em algumas partes), com um trabalho de primeira dos vocais (como Heljarmadr sabe usar bem sua voz, com uma diversidade de timbres ótima), além de a bateria mostrar-se bastante técnica.

"Beast Above Man" - A banda usa muito bem de sua velocidade mais uma vez, em meio a uma nevasca de riffs excelentes criados por Lord Ahriman e Chaq Mol (que estão fantásticos no disco inteiro). 

"As I Ascend" - Esta é uma faixa bem cadenciada e sinuosa, com aquelas melodias fúnebres que o grupo sempre soube fazer muito bem. Obviamente, a bateria de Dominator mostra-se bastante, mas o destaque absoluto é mesmo o trabalho dos vocais, pois além do rasgado e do fúnebre, Heljarmadr sabe interpretar a canção, algo raro no Black Metal.

"Temple of Ahriman" - Mais uma faixa cadenciada, com algumas mudanças de ritmo muito boas, algo que a bateria mostra saber fazer muito bem (e Dominator é um mestre nos dois bumbos, verdade seja dita). Esta canção já havia sido apresentada ao público ano passado, no Single "Nail Them to the Cross".

"The Eternal Eclipse" - Apesar da prevalência da velocidade, nesta canção existem momentos em que a cadência aparece bastante. E o grande destaque é mesmo o arsenal de riffs de Lord Ahriman e Chaq Mol.

"To Carve Another Wound" - Cheia de mudanças rítmicas, é uma faixa bem caprichada, desde suas estruturas harmônicas de primeira até suas melodias sinistras que nos hipnotizam. E isso sem mencionar como os vocais estão bem.

"Nail Them to the Cross" - Faixa que a banda usou para divulgar o disco em um Single no ano passado. A canção começa mais amena e sinistra, para então virar um turbilhão de riffs agressivos e brutais, e isso sem mencionar os vocais que variam entre o rasgado e o gutural de forma magistral.

"Where Shadows Forever Reign" - Sendo a faixa-título, muito se espera dela. E a banda caprichou, pois ela mixa perfeitamente aquela boa e velha agressividade veloz e impactante com momentos mais mórbidos e atmosféricos, sem perder o peso.

Então, só nos resta dizer que "Where Shadows Forever Reign" é mais um diamante negro na discografia, e pedir que venham logo tocar para nós, aqui no Brasil.

Parabéns e sejam bem vindos de volta, DARK FUNERAL!!!



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