17 de set. de 2016

PERC3PTION - Once and For All (Álbum)



2016
Nacional

Nota: 10,0/10,0

Músicas:

1. Persistence Makes the Difference
2. Oblivion's Gate
3. Rise 
4. Immortality
5. Braving the Beast
6. Magnitude 666
7. Welcome to The End
8. Extinction Level Event
9. Through the Invisible Horizons


Banda:


Dan Figueiredo - Vocais
Glauco Barros - Guitarras, backing vocals
Rick Leite - Guitarras, backing vocals
Wellington Consoli - Baixo
Peferson Mendes - Bateria


Contatos:

Site Oficial: http://perc3ption.com
ASE Press Music (Assessoria de Imprensa): http://www.asepress.com.br/music/index.php/clientes/perc3ption
Shows e Merchandising: contato@perc3ption.com

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


A evolução é uma das maiores forças que guiam as bandas de Metal.

Errando ou acertando, alguns preferem a dinâmica da evolução ao continuísmo eterno em algo. E verdade seja dita: poucos do segundo time conseguem se manter em alta, salvo raros casos. É arriscado, difícil e nem sempre reconhecido, mas evoluir é necessário, e explorar as possibilidades da própria música que se faz é algo que toda banda precisa aprender no bê-á-bá musical. Mas tem alguns que aprendem tão bem que chega a ser surpreendente o que fazem.

E digamos de passagem: o quinteto PERC3PTION, de São Paulo, realmente surpreende a todos com "Once and For All", seu novo álbum, que a Shinigami Records acaba de pôr no mercado.

Em "Reason and Faith", primeiro álbum da banda, eles já mostraram um potencial muito bom, mas está "Once and For All" é de cair o queixo em todos os sentidos. O estilo da banda não mudou, continua sendo aquele Heavy/Power/Prog Metal de antes, apenas com uma abordagem bem pesada e agressiva, mas sem deixar de ter belíssimas melodias, trabalho técnico acima da média, e uma capacidade de nos prender no lugar com sua música. E os vocais melhoraram bastante, pois a entrada de Dan Figueiredo deu vida e vibração às canções. Fora isso, o trabalho das guitarras de Glauco Barros e Rick Leite está excelente, e a base de Wellington Consoli (baixo) e Peferson Mendes (bateria) é pesado e técnico nas medidas certas. E isso ainda com alguns teclados e orquestrações muito bem encaixados (partes feitas por Glauco).

A produção do CD é do guitarrista Glauco Barros junto com Guilherme Lima, e a pré-produção é de Edu Falaschi (do ALMAH). As gravações ocorreram no Perc3ption Studios, enquanto a mixagem e a masterização foram feitas no Nimrod Studios, ambas com Glauco trabalhando junto com Rodrigo Nimrod. E o resultado: uma qualidade sonora de primeira, feita sob medida, justa, pesada e clara como raramente se ouve nessas terras. Sim, o nível está muito elevado.

Em termos gráficos, a arte é concebida pelo próprio quinteto, e feita por Wellington. É interessante a fuga do padrão de negro que é comum ao Heavy Metal, preferindo banco e tons de azul para a arte da capa e da contracapa, E o encarte, repleto de gravuras em sintonia com as letras, ficou muito bom.

Mas e as músicas?

Como dito, o PERC3PTION evoluiu muito, e é capaz de encarar nomes do exterior com facilidade, pois atingiram um nível em que o Brasil é pequeno demais para a música deles. Arranjos, dinâmica entre os instrumentos em si e com os vocais, tudo está perfeito, sem pontos a serem criticados, nem mesmo pelo mais cri-cri dos fãs que seja. E o brilho aumenta devido aos convidados especiais: Edu Falaschi (nos teclados em "Rise" e "Welcome to The End"), Mariliane Brizzoti (vocais em "Oblivion's Gate", "Rise", "Braving the Beast" e "Through the Invisible Horizons"), o próprio Rodrigo Nimrod (vocais em "Persistence Makes the Difference", "Immortality", "Braving the Beast", "Magnitude 666" e "Through the Invisible Horizons"), e Rômulo Dias (vocais em "Persistence Make the Difference").

Destaques? 

Nem brinquem dessa forma, pois "Once and For All" nasceu grandioso, forte e concebido com tanta vontade que não há como não agraciá-lo como um dos grandes discos do ano. Eles realmente superaram a si mesmo e a toda e qualquer expectativa.

As canções são, em sua maioria, longas, mas não nos cansam em momento algum.

"Persistence Makes the Difference" - Uma pedrada Heavy/Prog na cara, agressiva, veloz e refinada com belos toques de teclados. É impressionante o que as guitarras estão fazendo em termos de riffs e solos, mas ao mesmo tempo, baixo e bateria estão mostrando um trabalho de primeira. E que belíssimos vocais, que aliam bem a agressividade e melodia da banda, fora uma interpretação de primeira. E imaginem isso tudo posto sobre nossos ouvidos de uma vez.

"Oblivion's Gate" - Aqui, as melodias da banda são mais evidentes que o lado agressivo da música do quinteto. Há momentos mais cadenciados e azedos, permitindo que a dupla de guitarras exiba riffs bem ferozes, com baixo e bateria se sobressaindo bastante. Mas nos crescendos melodiosos se repara a beleza dos teclados e a força dos vocais.

"Rise" - A música se alterna entre momentos melodiosos e introspectivos, outros grandiosos, e outros bem envolventes e um refrão perfeito. E mais uma vez, o contraste dos timbres graves das guitarras se contrastam perfeitamente com as melodias, em especial nos solos de guitarra.

"Immortality" - Moderna e agressiva, com as melodias sendo entremeadas por algumas doses de groove. E que belíssimo trabalho de baixo e bateria, inclusive com momentos bem voltados ao Metal extremo. Mas a beleza Prog dos duetos e solos é absurda.

"Braving the Beast" - A faixa mais longa do disco, com mais de 10 minutos de duração. E é nela que se percebe que toda a parte mais técnica da música do grupo aflora naturalmente. Embora não exagerem demais, vemos passagens muito bem tocadas de cada instrumento, ao mesmo tempo em que imperam as variações de andamento bem feitas. Ela vai do agressivo ao introspectivo sem pudores, e nos ganha de assalto.

"Magnitude 666" - A agressividade opressiva mais uma vez se faz presente, entremeada por belíssimos arranjos de guitarras, teclados mais sombrios, e logo ganha velocidade e nos empolga. É a faixa do vídeo oficial de divulgação do disco, por isso, talvez seja a mais simples do disco, e mostra mais uma vez um trabalho ótimo dos vocais.

"Welcome to The End" - Temos uma faixa mais focada na beleza estética do que na agressividade ou técnica. E é uma das mais acessíveis, com melodias muito bonitas, belas guitarras e um trabalho ótimo dos vocais. É ouvir e ficar preso à banda.

"Extinction Level Event" - Técnica e azeda, esta é uma música cheia de elementos densos e sombrios, uma vez que o tema é bem pesado. Mas ao mesmo tempo, o lado técnico da banda é bem exigido, em especial da base rítmica, que mostra uma dose extra de peso, mas sempre com boa técnica.

"Through the Invisible Horizons" - Muito peso e técnica Prog, mas ao mesmo tempo, há uma preocupação em não exagerar nas firulas, em focar na banda como um todo. E funciona muito bem, alternando peso, agressividade e melodia nas devidas doses, com alguns backing vocals à lá QUEEN em alguns momentos.

Acertaram em cheio, mostrando que o PERC3PTION está no páreo para encarar quem quer que seja por seu lugar ao sol, seja no Brasil ou fora dele!

Um dos melhores discos de 2016, sem dúvida alguma!

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