7 de fev. de 2017

ATROPINA – Porões das Luxúrias (Álbum)



2016
Nacional

Nota: 8,5/10,0


Tracklist:

1. Divino Aborto
2. Degeneradas Civilizações
3. Prazer Santificado
4. Porões das Luxúrias
5. Aflição Final
6. Decadência Irreversível
7. Cálice Blasfêmico
8. Cordas em Sangue
9. Lento Suicídio
10. Funeral Eterno
11. Santo de Porcelana


Banda:


Murillo “Ogro” Rocha - Vocais
Alex Alves - Guitarras, backing vocals
Fernando Müller - Guitarras
Cleomar Schmitzhaus - Baixo
Mateus Perotti - Bateria


Contatos:



Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Quando se fala em estilos extremos como Death Metal e todo seu bojo de vertentes, falar nas terras do Rio Grande do Sul se torna ponto obrigatório. Isso se dá porque o KRISIUN, maior expoente do estilo em nosso país, é de lá, seguido pelos igualmente ótimos REBAELLIUN, THE ORDHER, NEPHAST e tantos outros nomes de primeira linha. Logo, ouvir um disco insano e destruidor como “Porões das Luxúrias”, do quinteto ATROPINA, de Teutônio, não chega a ser surpreendente. Mas este disco é surpreendente!

Veteranos dentro do cenário underground, vemos uma banda com uma personalidade bem distinta, usando um enfoque bruto e explosivo dentro do Death Metal, mas não se furtando de usar influências pontuais de Thrash e Black Metal em sua forma de fazer música. E, além disso, esse tipo de timbre vocal não é muito comum no Brasil. É diferente, um pouco mais próximo dos timbres rasgados do Black Metal, e justamente por isso, o grupo se mostra diferente, e sendo assim, é cativante, cheio de energia e sedutor aos ouvidos, bem como é aquela dose exata de peso e brutalidade que todo headbanger merece.

Produzido pelas mãos de Ernani Savaris, o resultado é uma sonoridade pesada e brutal, mas permitindo que entendamos com clareza o que a banda está fazendo. E isso para a música deles é essencial, pois está no ponto de equilíbrio entre peso, agressividade, crueza e clareza. E, além disso, a arte criada pelo vocalista Murillo ficou muito boa, atraindo a atenção dos ouvintes.

Vocais com timbres incomuns, uma dupla de guitarras com riffs avassaladores, baixo e bateria coesos e técnicos (formando uma base rítmica pesada e bem trabalhada) são os elementos que fazem “Porões das Luxúrias” um disco tão bom. E é criativo, fugindo bastante dos pontos comuns já tão erodidos do gênero. Isso sem falar nas participações especiais de Leonardo Schneider (do DYINGBREED) nos vocais, além de Fabiano Penna (do REBAELLIUN) e Fábio Zperandio (do WAR INFERNO FX) darem uma forcinha na composição das músicas. 

Preparem os ouvidos, pois este CD veio para conquistar muitos fãs, além de destroçar ouvidos dos menos acostumados.

A pesada e tradicional “Degeneradas Civilizações” (belos riffs de guitarras e um trabalho fenomenal da bateria), o caos bruto e impactante de “Prazer Santificado” (as alternâncias dos tempos é muito boa, mostrando a coesão de baixo e bateria, sem falar nos solos doentios e bem encaixados), os ritmos quebrados e tempos mudando em “Porões das Luxúrias” (mais solos bem pensados, e o contraste entre andamento mais cadenciado com alguns momentos velozes é ótimo, permitindo aos vocais uma exibição de gala), a técnica opressiva das guitarras em “Decadência Irreversível”, a velocidade caótica e intensa de “Cálice Blasfêmico” (mas existem momentos mais lentos e azedos na canção), o murro azedo e pesado de “Lento Suicídio”, além da insana faixa bônus “Santo de Porcelana” formam o conjunto das melhores canções do disco, embora ele seja muito bom.

Ouçam no mais alto volume, e aporrinhem bastante os vizinhos, uma vez que as letras são em português.

Ou seja, é satisfação garantida, e as reclamações ficam por conta da sua vizinhança.


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