4 de fev. de 2017

FLAGELADÖR/AXECUTER – Headbangers Afterlife (Split)


2016
Nacional

FLAGELADÖR:

1. As Intermitências da Morte                      
2. Terceira Guerra Mundial
3. A Canção do Aço             
4. Sangue Negro, Alimento das Bestas
5. Filhos da Bomba (Celso Blues Boy cover)


Banda:


Armando Exekutor – Vocais, guitarras
Turko Basura – Baixo
Hugo Golon – Bateria

Contatos:


Nota: 8,0/10,0 


AXECUTER:

Tracklist:

6. Attack                   
7. Creatures in Disguise                    
8. In for the Kill                    
9. Medieval Tiranny              
10. Gimme More (Kiss cover)


Banda:


Danmented - Vocais, guitarras
Rascal - Baixo
Vigo - Bateria


Contatos:

Sangue Frio Produções (Assessoria de Imprensa)

Nota: 8,5/10,0

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Há uma tendência atual na revitalização do formato Split LP ou CD. Era algo um pouco mais comum nos anos 80, pois barateava custos e funcionava como uma ótima estratégia mercadológica, onde todas as partes envolvidas saiam no lucro. Mesmo assim, com as mudanças no mercado, é muito interessante em continuar o uso do formato. E a Mindscrape Music investiu em duas bandas já bem conhecidas do underground nacional, com o FLAGELADÖR do Rio de Janeiro e o AXECUTER de Curitiba.

Analisemos cada um separadamente.

O FLAGELADÖR é uma banda que trilha uma forma de Metal que é altamente influenciada pelo Metal oitentista. Óbvio que bandas como MOTORHEAD, SODOM e algo do HELLHAMMER estão entre suas influências mais primordiais, e mesmo fazendo algo tão erodido, se saem bem. A experiência de 16 anos os ajuda bastante, e embora não sejam inovadores, se saem bem. Sua música é boa, cheia de energia e em muitos momentos é cativante desse proto-Thrash Metal influenciado pelo Hardcore que fazem.

A parte do trio carioca foi gravada nos SoundHouse Studios por Hugo Colon. A qualidade tem pontos positivos: é limpa e esteticamente bem cuidada, permitindo que as músicas da banda sejam compreendidas completamente e sem problemas. O lado negativo é que poderiam fazer algo um pouco mais moderno e colher resultados ainda melhores, mesmo mantendo os timbres mais artesanais que usam.

Mas musicalmente, o grupo se sai bem, evitando cair no ponto comum de muitas bandas desse gênero. Como já dito, esta forma está bastante desgastada, mas o trio sabe pôr de si nas músicas, logo, começa a agregar valor.

Preferindo o uso da língua portuguesa nas letras, e tenho a participação do guitarrista Henrique Perestrello, o trio mostra um trabalho muito bem em “Terceira Guerra Mundial” (curta e grossa, direta ao ponto, com bons rffs de guitarra), a empolgante “A Canção do Aço”, e na versão personalizada para “Filhos da Bomba” de CELSO BLUES BOY.

Uma gravação um pouco menos crua, algo nos moldes do que o TOXIC HOLOCAUST usa atualmente, e estarão no ponto.


O AXECUTER faz um trabalho um pouco mais ríspido, seco e com mais pegada Thrash/Black Metal alemão, com muita influência do DESTRUCTION antigo, mais algumas doses do SLAYER da fase “Show No Mercy”. A seu modo, a banda busca se diferenciar do que foi feito no passado, buscando fazerem sua música de uma forma mais própria. É Old School, mas do jeito deles.

A gravação foi feita no Avant Garde studio, tendo a produção de Maiko Thome e do guitarrista/vocalista Danmented. Vale o mesmo para eles que disse sobre o FLAGELADÖR: uma gravação um pouco mais limpa, mas mantando a crueza dos timbres sonoros, ajudaria muito.

O AXECUTER é uma banda muito boa, sabendo criar arranjos dinâmicos e simples, mas sempre certeiros. Cada refrão empolga, os riffs são precisos e a base rítmica está de primeira. E as músicas são muito boas.

Já preferindo o inglês como forma de se expressar, o grupo mostra em canções como “Attack” (os andamentos são muito bem feitos, com baixo e bateria mostrando um trabalho muito bom), a “motorheadiana” “Creatures in Disguise” empolga muito (veja como o baixo faz arranjos muito legais), a arrastada e climática “Medieval Tiranny” (vocais muito bons e riffs que levam a cabeça a balançar sozinha), além de uma versão suja e bem interessante para “Gimme More” (que a banda soube deixar do jeito deles). Mas deixo a mesma proposta: o estilo da banda está no ponto, mas com uma gravação um pouco menos suja, poderia render resultados fantásticos, sem que sua essência seja alterada ou perdida.

A arte para o Split é bem legal, uma visão pessoal do artista de como seria a outra vida para os headbangers.

No mais, parabéns pela iniciativa do selo, bem como à ambas as bandas pelo trabalho honesto.


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