8 de abr. de 2017

JUPITERIAN - Archaic: Process of Fossilization (álbum)


2017
Selo: Cold Arts Industry Records / Wolfblasphemer Distro
Nacional

Nota: 10,0/10,0


Tracklist:

1. Archaic
2. Procession Towards the Monolith
3. Currents of Io
4. Mine is Yours to Drown In
5. Behind the Wall of Sleep
6. Drag Me to My Grave


Banda:


V - Vocais, guitarras
A - Guitarras
R - Baixo 
G - Bateria


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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Fazer Doom Death Metal no Brasil é algo difícil. O gênero já não é de muito grande alcance (uma vez que nem todos estão acostumados com os tempos lentos e azedume musical do gênero), e como todos os estilos de Metal, sofre com os problemas econômicos do país e o descaso de boa parte dos bangers nacionais com as bandas brasileiras. Mas mesmo assim, elas insistem, e ganham espaço fora do país.

Um bom exemplo disso é o quarteto JUPITERIAN, de São Paulo, que já tem seus discos lançados fora do Brasil, mas que finalmente tem um de seus discos lançados no Brasil, o ótimo “Archaic: Processo of Fossilization”. Mais uma vez, a Cold Art Industry banca um desafio, e mais uma vez, bota banca e consegue.

O grupo faz um Doom Death Metal sujo e muito pesado, com claras influências de Sludge Metal, logo, o trabalho deles é baseado em tempos bem arrastados e timbres instrumentais extremamente densos e gordurosos. Isso torna o som extremamente impalatável para os menos acostumados, mas óbvio que essa forma de música azeda tem seus fãs, e ao mesmo tempo, eles sabem usar de ótimas melodias sombrias e melancólicas. E assim, surge um disco excelente, climático e amargo até a alma, mas sedutor e envolvente ao seu jeito.

A produção sonora de “Archaic: Processo of Fossilization” é suja e pesada, de uma forma que não se ouve há tempos. Mas é justamente isso que torna o trabalho do quarteto tão bom, uma vez que essa qualidade mais crua assenta perfeitamente no som deles. E mesmo assim, se percebe claramente o que cada instrumento está tocando. 

É preciso dizer que este disco é uma compilação, tendo os EPs “Archaic” e “Urn” lançados pela primeira vez em CD, possuindo ainda a versão Demo de “Drag Me to My Grave” com violinos, logo, o lado gráfico teve melhorias, com um toque melancólico de classe do artista Cauê Piloto. E ainda têm-se dois posters de dimensões 24 X 36 cm, um adesivo “Congregation” e sticker. 

Muitos perguntarão se a música da banda merece todo esse trabalho gráfico refinado, e a resposta é simples: sim, e muito.

Temos 6 faixas bem longas, todas mostrando como o grupo consegue ser versátil ´nos limites do gênero. 

As três primeiras músicas são do EP “Archaic”, sangrando em energia crua e bom gosto, onde a melancólica e suja “Archaic” tem mudanças de ritmo muito boas no meio de tanto azedume musical (sim, baixo e bateria tocam de forma simples, mas mudando os andamentos quando necessário), seguida da introspectiva e soturna “Procession Towards the Monolith” (ainda mais atmosférica, com os vocais mostrando-se firmes nesses timbres guturais, mas perfeitamente encaixados na base instrumental), e a gigantesca “Currents of Io” é recheada de momentos diferentes uns dos outros, com ótimos arranjos dinâmicos, especialmente das guitarras (que riffs marcantes e cheios de melodias tristes). Já a mais trabalhada “Mine is Yours to Drown In (Ours is the New Tribe)” é um remake personalizado do velho hino do ANATHEMA (que mantém o peso e a cadência das faixas anteriores, mas com maior diversidade técnica por conta dos elementos da versão original, especialmente em termos de baixo e bateria, mas que caiu como uma luva no estilo do JUPITERIAN), e a versão arrasadora para “Behind the Wall of Sleep” do BLACK SABBATH (ainda mais opressiva que a versão original, mas respeitando suas características primordiais, como riffs poderosos e vocais agressivos sussurrados) são do EP “Urn”. E “Drag Me to My Grave” é tão densa e fúnebere como as outras, mesmo apresentando arranjos musicais mais requintados e elegantes (reparem bem nos riffs de guitarras), além dos toques clássicos dados por violinos.

Apaixonante, logo, se deixem seduzir pelo ótimo trabalho do JUPITERIAN, e corram que esta edição é limitada a apenas 500 cópias!



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