20 de jul. de 2017

NOTURNALL - 9 (Álbum)


2017
Selo: Independente
Nacional

Nota: 10,0/10,0


Tracklist:

1. Hey!
2. Change
3. Wake Up!
4. Moving On
5. Mysterious
6. Heart As One
7. What You Waiting For
8. Shadows
9. Pain


Banda:


Thiago Bianchi - Vocais
Leo Mancini - Guitarras
Juninho Carelli - Teclados
Fernando Quesada - Baixo
Aquiles Priester - Bateria

Convidados:

Mark Orlando - Guitarras em "Wake Up".


Contato:

Site Oficial: http://noturnall.com/
Bandcamp:
Assessoria: http://trmpress.com.br (TRM Press)

E-mail:

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


O Metal nacional é cheio de fofocas e intrigas, de disse-me-disse isso ou manifestos de pura estupidez. É cansativo lidar com isso todos os dias, mas é preciso compreender que existem artistas que se postam acima de tantos problemas e tretas, e mesmo quando seus nomes são citados nestas, lá vem eles dispostos a transformar toda esta negatividade em energia e incentivo, e assim, estes criam álbuns fantásticos. E não é à toa que o terceiro “full-length” do NOTURNALL, que se chama “9”, merece aplausos.

Antes de tudo, temos a fusão de 5 cabeças pensantes diferentes, com 5 músicos cujo talento é inegável e já comprovado por público e crítica. E nisso temos mais uma vez o bom e velho Heavy Metal moderno que já conhecemos de “Noturnall” e “Back to Fuck You Up!”, apenas com uma leve diferença: o lado mais melodioso da banda está mais evidenciado, e ao mesmo tempo, a banda aposta em uma forma mais simples de fazer arranjos (embora momentos mais elaborados estejam presentes aqui e ali, como são ouvidos em “Hey!”), mas preservando a energia cativante de sempre, e cada refrão individualmente soando único e empolgante.

E sim, eles acertaram a mão mais uma vez, pois o NOTURNALL não é grande à toa.

A produção sonora está ótima, bem equilibrada no que tange o peso e a clareza. O peso necessário para que as canções soem vivas e cheias de energia, mas a clareza para que se possa compreender e assimilar o que o grupo está fazendo. Desta forma, produção, mixagem, masterização e edição estão feitas em alto nível.

No que tange à parte gráfica, se percebe claramente que mais uma vez, o designer Carlos Fides (da Artside) evoca figuras e imagens que nos remetem aos dois discos anteriores do quinteto, mas ao mesmo tempo, trazem a icônica mascote da banda, ladeada por estandartes com o símbolo do NOTURNALL, e ladeada pelas tábuas de 9 ensinamentos importantes, e que eles formam a espinha dorsal para que evitemos o apocalipse descrito.

Como dito no início, o NOTURNALL chega em “9” com um formato que privilegia o lado mais melodioso de sua música, onde o aspecto técnico deu uma segurada. Mas isso não desmereceu em nada seu trabalho, só mostrou como o grupo é versátil e sabe o que faz. Arranjos bem feitos, dinâmica perfeita dos instrumentos entre si e com os vocais, e tudo para ser um dos grandes discos de 2017. E isso sem mencionar que cada letra nos trás um dos ensinamentos da banda tornando “9” um disco positivo, que nos concede real vontade de viver em plenitude, com um sorriso no rosto.

Esmiuçando:

“Hey!” (O Amor e a Vida acima de tudo - Toda vida neste planeta deve ser respeitada e protegida) - Uma canção baseada em contrastes entre momentos mais densos e pesados com outros mais melodiosos, um lindíssimo refrão e bons momentos técnicos (como Fernando e Aquiles estão tocando muito bem, formando uma base rítmica pesada, técnica e sólida).

“Change” (Preze o Amor acima de todas as coisas - Busque a harmonia com o infinito) - Outra em que o peso e a melodia se mesclam de uma forma harmoniosa e forte, além dos andamentos serem bem interessantes. A agressividade aumenta um pouco, sendo que o refrão foca em belas melodias vocais, além de ótimos backing vocals (Thiago sempre nos surpreende pela versatilidade, e não é à toa que seu talento é tão reconhecido), sem contar que os arranjos de teclado são muito bons (não adianta, pois Juninho Carelli sabe quando ser essencial).

“Wake Up!” (Encontre um balanço perfeito e eterno com a natureza - que sejam banidos os combustíveis fósseis, que exista respeito ao meio ambiente, ao clima e etc..) - Ela começa com as guitarras de Leo debulhando, e logo chega uma base bem técnica e pesada, lembrando bastante o que o grupo fez em seus discos anteriores. Mas as linhas melodiosas durante o refrão são excelentes, com um toque um pouco mais acessível. Mas outra vez, o baixo está debulhando e bem evidente, assim como os teclados mais uma vez dão aquele toque final de classe.

“Moving On” (Crie um novo governo representado por todas as nações, com poder de governar todo mundo, mas ainda concedendo às nações liberdade de governarem a si mesmas e resolvendo disputas externas em uma Corte Mundial) - Uma canção que começa com melodias lentas e envolventes, privilegiando bastante as partes vocais, para logo se tornar mais pesada e ganchuda, e mais uma vez, um refrão bem melodioso, e as conduções da bateria são ótimas, além de arranjos perfeitos das guitarras.

“Mysterious” (Invista primeiro em Educação, saúde e Ciência - Foque na harmonia entre todas as etnias, gêneros, tribos e animais) - Uma canção onde as guitarras criam harmonias incríveis junto com os teclados, com boa dose de técnica e peso. Mas ao mesmo tempo, é a canção com uma atmosfera mais leve e positiva, com enfoque em belas linhas melodiosas que beiram o Power Metal melódico.

“Heart As One” (Que se crie um novo sistema financeiro, baseado na ajuda mútua, colocando as necessidades humanas como principal objetivo. A tecnologia é a chave) - Esta é uma das canções mais belas do disco, sendo focada em instrumentos com timbres mais acústicos e limpos da guitarra e do baixo. Mais um refrão daqueles que se ouve e não se esquece mais. E, além disso, é a canção que a banda cedeu para que o dinheiro vinda das audições no Spotify, Youtube, Deezer, iTunes seja revertido para a GRAAC (casa de apoio ao adolescente e criança com câncer). Então, ouçam muito, à vontade e compartilhem o quanto puderem.

“What You Waiting For” (Puna severamente os líderes corruptos e todas as autoridades que abusarem do poder - Dependendo do nível do crime, que sejam punidos com a morte) - Mais uma em que a banda tem um enfoque melodioso e bem positivo. Andamentos firmes e tempos medianos, com o baixo fazendo arranjos complexos, a bateria mostrando muito peso e técnica (que viradas!), arranjos de primeira dos teclados (até mesmo alguns que aparentariam estar fora de sintonia com a canção), e partes vocais incríveis.

“Shadows” (Acabe com todas as formas de controle em massa - Trate as religiões, tradições e paixões de qualquer tipo com um alto nível de temperança e paz) - Peso e agressividade no instrumental, vocais que transitam entre o suave e o agressivo, belas partes de teclados criam uma música com vários tempos quebrados (mas que só dão um toque a mais de qualidade à ela). Mais uma vez, os teclados estão ótimos e as guitarras com riffs memoráveis e linhas melódicas privilegiadas.

“Pain” (introduza a música e a meditação como principal guia na vida - Pelo menos uma vez ao dia, medite e estude música) - O início é rico com partes percussivas ótimas, além de linhas mais suaves e tenras que se perpetuam por toda a canção. Refrão grudento, vocais em alto nível, lindas partes de guitarras mais suaves, e tudo transformam a audição desta em um momento de puro prazer.

No mais, o NOTURNALL faz aquilo que poucos fazem: compor com talento, em alto nível (aproveitando a experiência e técnica de seus músicos), e nos brinda com um dos grandes discos nacionais do ano. Sim, "9" e seus segredos (descubram, vale a pena o desafio) veio para ficar no topo.

E sobre tretas, deixe-as para lá... O quinteto mostra que usar isso como fonte de incentivo funciona muito bem. E ao invés de ofender o quinteto, que tal fazerem semearem algo de bom no mundo, como eles fazem?

Sigam os 9 Mandamentos, e chegarão lá!









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